segunda-feira, 24 de outubro de 2016

My little runaway

"And I'm walkin' in the rain,
Tears are fallin' and I feel the pain,
Wishin' you were here by me,
To end this misery
And I wonder--
I wah-wah-wah-wah-wonder,
Why,
Why, why, why, why, why she ran away,
And I wonder,
Where she will stay-ay,
My little runaway,
A run, run, run, run, runaway."


terça-feira, 20 de setembro de 2016

Tech dreams

Eu só desejo uma coisa desse povo que cria nossas maravilhas high tech: um gravador de pensamentos.

Sim, dispenso o teletransporte que me permita passar o fim de semana em Tóquio e até a máquina que me leve de volta ao passado, para visitar a Barreiras da minha adolescência, mas o gravador de pensamentos, eu preciso.

O fato é que costumo escrever textos enormes na minha cabeça --bem estruturados, instigantes, bem informados--, nas horas mais impróprias. São contos ou memoirs, ensaios políticos, textos humorísticos ou seções inteiras da minha dissertação de mestrado. Coisas que eu penso na hora: É isso. Exatamente assim. Tá perfeito, mas que são "escritos" debaixo do chuveiro, sentado no vaso ou ao volante do carro. E então, quando enfim posso sentar diante do netbook, conexões devidamente feitas, Google Docs aberto, puf. Sumiu.

Não é que sumiu tudo, sumiu aquele texto perfeito. Eu consigo recordar as ideias, o encadeamento e tal, mas na hora de digitar, sai um emaranhado de sentenças feias, sem a beleza argumentativa do texto anterior, sem les mots justes.

É por isso que eu preciso que Steve Jobs, esteja onde estiver, inspire seus meninos a criarem o gravador de pensamentos. Nem precisa do recurso speech-to-text, eu me encarrego de degravar o texto, sem problemas.

Mas, por favor, em nome de tudo o que já escrevi e desceu pelo ralo ou com a descarga, de todo escrito que já saiu voando pelas janelas do meu carro, alguém me crie um gravador de pensamentos!

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Labutano

E a vida segue mais ou menos assim, sei lá, entende?

Tenho andado meio num clima torschlusspanik, com o prazo de defesa da dissertação já praticamente estourado, mas ainda acreditando. Tenho sacrificado muito da minha vida "social" pela academia, mas, infelizmente, não tenho convertido devidamente esse tempo subtraído em linhas filosóficas escritas. Procrastino muito, embora esteja cada vez mais apaixonado pelo tema da minha pesquisa --e acho que já aprendi mais nos últimos dezoito meses de mestrado do que em toda a graduação.

Tento me motivar, lembrando de quanto tempo livre terei, uma vez que tenha defendido a dissertação. Ficarei livre para atividades não obrigatórias, como escrever ficção e memórias, voltar a desenhar meus calungas, estudar Direito. E só pensar em fazer algo sem ser obrigado já deveria ser estímulo bastante, mas meu humor varia absurdamente de um dia para o outro. Coisas de quem convive com o mix indesejável de ansiedade e depressão.

Mas, tenho andado. Tenho avançado a dissertação e ainda postado umas coisinhas no Medium (mor parte, reciclagem de velhos textos inéditos ou postados em blogues). Espero terminar 70% da dissertação antes do fim do mês para qualificar em meados de outubro e poder defender em meados de dezembro. Este é o meu prazo. Final.

É isso.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Um desastre anunciado

Em junho de 1997, publiquei este pequeno artigo no Correio de Natal sobre o primeiro grande escândalo do PT, envolvendo licitações no interior se São Paulo. Nele, eu prevejo que as consequências da escolha do partido sobre o que fazer com a denúncia poderiam "ser desastrosas para o futuro do partido". Eu não poderia estar mais certo. O artigo foi republicado pela coluna Portfolio, do Jornal de Hoje, em julho de 2005, quando estourou o escândalo do mensalão.

PT, saudações?

E de repente mais um adolescente de 17 anos ganha as manchetes de todos os jornais do país. Desta vez não se trata de nenhuma queima de índio ou do atropelamento e fuga de um filho de ministro. Desta vez o adolescente infrator nem mesmo é uma pessoa física, trata-se de uma ficção jurídica. É um partido político, o Partido dos Trabalhadores.

Apanhado de calças curtas pelo oportuníssimo (para FHC e Serjão) estouro de um escândalo envolvendo algumas de suas prefeituras, o PT reagiu como qualquer adolescente assustado reagiria: de maneira confusa e contraditória, com declarações precipitadas e desmentidos tardios. Pela primeira vez o partido enfrenta uma verdadeira prova de fogo.

Mas o que há de tão grave em mais um escândalo público nesse país movido a propinas, gravações e subornos? Apenas duas letras: PT. O partido, talvez o primeiro no Brasil a merecer esse nome, sempre teve fundações sólidas na ética e no comportamento político coerente. Mesmo os seus mais ardorosos inimigos admitem isso. Portanto, ao PT, como à mulher de César, não basta apenas ser honesto.

De outras vezes o partido teve seu nome envolvido em maracutaias, mas que nunca atingiram a instituição em si. Agora, no entanto, a denúncia é intestina, vem de um quadro partidário respeitado e aponta para Lula, que, queiram ou não queiram, continua sendo a parte mais visível do PT. As conseqüências desse imbróglio podem ser desastrosas para o futuro do partido.

O PT já admitiu que só tem uma saída, que é a apuração transparente e rigorosa (epa!) das acusações. Apuração e punição dos culpados, se houver. Mesmo que isso signifique a imolação do próprio Lula, sua estrela mais brilhante. O que advirá das cinzas de tal fogo purificador só Deus sabe, mas sem ele o partido corre o risco de ver sua imagem jogada na vala comum do fisiologismo político. Seria um triste fim para um adolescente tão promissor.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Rejeição

Ofereci um dos meus primeiros contos postados no Medium para uma publicação literária na plataforma. Uma semana depois recebi um lacônico email de rejeição, O editor explicava que, apesar daquela ser a melhor peça de minha autoria que ele tinha lido, ela continha "muitos, muitos problemas" de parágrafos, pontuação e ritmo. Era uma ideia boa desperdiçada com uma má execução e não atendia os critérios mínimos da publicação.

Eu poderia ter defendido meu trabalho e justificado o que o editor chamou de "muitos problemas de parágrafos e pontuação", mas preferi aceitar a crítica.

Me senti como Moacir Scliar, quando o canadense Yann Martel (autor de Life of Pi) confessou que tinha aproveitado a ideia de Scliar em Max e os felinos, porque achou que era uma boa ideia desperdiçada com uma má execução. Afinal, o canadense devia estar certo, pois foi ele que foi premiado e ganhou milhões com a adaptação do romance para o cinema.

Resta-me o consolo de saber que Life of Pi foi rejeitado por cinco editoras de Londres antes de ser publicado no Canadá.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Saudades blogueiras

Ando com saudades dos blogs.

Penso seriamente em retomar esse espaço para a postagem de ideias aleatórias, recordações, trechos de músicas e poesias (alheias) e aquelas coisas que se postavam antigamente em blogs.

A verdade é que não tenho estômago para o poço de ódio em que se tornaram as redes sociais contemporâneas (saudades da ingenuidade brega do orkut) e talvez seja esse o motivo dessa nostalgia blogueira que sinto.

Sei que a possibilidade de ser lido aqui é mínima, já que não existe mais uma "comunidade" blogueira como antes, mas só o fato de escrever já pode ser gratificante.

Vamos ver o que rola. Quem sabe os blogs virem os vinis da nova era.

Diário do Coronga – Dia 79

A pandemia cresce no Brasil, como capim em gleba abandonada. Fui outro dia no supermercado e fiquei observando aquela gente toda de máscara....