segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Obrigado, galera!

Meus agradecimentos a Ricardo Rosado e a todos diretamente ou indiretamente ligados à Faz Propaganda, publicado nos comentários do blog FatorRRH (ver postagem anterior):

Ricardo,

Obrigado pelos elogios e pelo evidente exagero nas minhas parcas qualidades.

Eu é que tenho que agradecer pelo muito que aprendi trabalhando ao lado de tanta gente boa que passou pela Faz e que ainda nela trabalha. A Faz Propaganda foi pra mim mais do que um trabalho: uma verdadeira escola de vida.

Eu poderia até inverter a homenagem e enumerar tudo o que eu devo a você e à Faz e desfiar uma série de suas qualidades, entre elas a lealdade e a honestidade acima de qualquer coisa, mas acho que ficaria maçante para os leitores.

Quero apenas ressaltar o que eu levo de mais valioso desses 24 anos de sociedade: a maturidade.

Para um cara acostumado a tomar decisões precipitadas, conviver com Ricardo Rosado no dia a dia de uma empresa foi um curso de sensatez com direito a pós-doutorado.

Com ele aprendi a pensar antes de decidir. A ter paciência. A refrear o primeiro impulso e tomar a decisão mais acertada, mesmo que essa exija mais tempo.

Saio da Faz uma pessoa mais sensata, mais ponderada, mas sem perder o impulso juvenil para o novo, o arriscado. Amadureci, mas estou longe de cair do pé.

Desejo boa sorte aos amigos que vão tocar a agência daqui pra frente. Tenho certeza que não sou uma grande perda. Além disso, estarei sempre por perto, enchendo o saco de vocês.

Um bom 2013 para todos. O importante é nunca perder a fé no futuro.

Solino

"Seja feliz, Roberto Solino"

A homenagem de ano novo, mundo novo de meu sócio (enquanto não assinar os papéis, ainda somos sócios), Ricardo Rosado, no blog FatorRRH:

Não posso dizer que o texto de Roberto Solino anunciando o seu afastamento da propaganda tenha sido uma surpresa.

Na verdade nós dois já estávamos discutindo o assunto e senti há algum tempo que a decisão dele estava amadurecida.

Deixar a propaganda para dedicar-se ao estudo da filosofia era uma intenção que foi ficando mais firme ao longo de 2012.

Mas posso dizer que não sei como será daqui pra frente, na criação da Faz Propaganda, sem Roberto Solino.

Foram 24 anos de sociedade, onde ele emprestou o seu talento, a sua dedicação, a seriedade, o profissionalismo e zelo pela empresa e pela qualidade do que ela criava.

Também na lealdade e na generosidade.

As dificuldades vividas foram muitas e ele sempre ali, ao lado, solidário.

Quando, por motivos de mercado, a empresa não permitia que os sócios retirassem lucros mais robustos, entendia e aceitava resignado, com a disposição de que era preciso maior esforço no ano seguinte.

E isto aconteceu várias vezes ao longo das duas décadas e meia.

A saída era criar mais e melhor. Produzir com eficiência e com resultados para os clientes.

Aí entravam os prêmios, a gratificação de fazer bem feito.

Todos os prêmios que a agência ganhou ao longo deste tempo, e não foram poucos, tem a marca dele.

Neste quase um quarto de século de convivência diária, tenho a convicção de que Solino é o mais preparado, intelectualmente, de todos os publicitários que a propaganda do RN foi capaz de produzir.

Preparado e incansável no desafio do conhecimento.

Em quase todas as áreas que a comunicação possa exigir.

Quando a Internet surgiu e ficou popular, acreditei que a busca pelo conhecimento que ele tem estaria concluída, ou pelo menos saciada, já que o mundo abriu-se generosamente para todos.

Fluente em três ou quadro idiomas, inclusive em japonês, Solino tinha uma janela aberta para discutir, debater e conhecer tudo.

Não bastou.

A Internet não foi sufuciente e aí ele buscou o Direito e agora a Filosofia, um caminho mais longo e infinito.

Ele pretende ampliar o estudo da Filosofia indo ao Doutorado.

A propagande perde um talento mas a vida acadêmica pode preparar-se para receber um inquieto professor.

Solino é assim na aventura de descobrir e conhecer.

A transição que a empresa passará a partir deste dia 1 de janeiro de 2013 é o novo desafio a ser enfrentado, agora sem Solino.

Acreditamos no futuro, diz a mensagem publicitária da agência.

Deixei, de propósito, para enviar esta mensagem no último dia do ano.

Em nome da empresa, de Iramar, Luanda, Amanda, dos clientes e todos os funcionários que passaram pela Faz nestes 25 anos, temos a dizer duas mensagens:

Obrigado, Solino!

E que você seja muito feliz na vida e no mundo da filosofia.

Se um dia desejar voltar para filosofar na propaganda ou propagandear na filosofia, a Faz estará de portas abertas.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

"Deixo a vida..."

Em 1986, aos 48 anos de idade, Ed McCabe, um dos maiores gênios publicitários de seu tempo, largou a propaganda e a empresa em que era sócio e foi viver a grande aventura do rally Paris-Dakar. Em 2013, sem ter nem sombra do talento de McCabe – mas pelo menos com a mesma idade –, estou seguindo o mesmo caminho.

Não o do Paris-Dakar. Deixo a vida publicitária para viver outra aventura: a do conhecimento. Estou me retirando da Faz e da propaganda para poder me dedicar full-time ao meu curso de filosofia.

Não é uma decisão fácil. A propaganda tem sido a minha vida desde os 20 anos e nunca a considerei um “trabalho” – algo que se faz por dinheiro.

Ela está impregnada na minha vida e é por isso que preciso largá-la: porque meu “expediente” não se limita ao tempo que passo em frente ao Mac, mas se estende as 24 horas do dia, por tudo que faço.

Sair da Faz, especificamente, é ainda mais difícil. Foi na Faz que passei metade de minha vida, numa sociedade que tem sido uma das mais longevas do mercado potiguar. Juntos, eu e Ricardo Rosado, amigo e professor, enfrentamos tudo o que o país passou no último quarto de século, sem nunca deixar cair a peteca.

Na Faz também convivi e trabalhei com várias dezenas de profissionais e aprendizes, clientes, fornecedores e veículos.

Gente com quem criei muitas vezes laços de amizade.

Mas chegou o momento de novas aventuras. Trabalhando, eu não teria como fazer as muitas leituras que a filosofia me cobra. Troco Ogilvy, McCabe e Milton Glaser por nomes mais estranhos, como Heidegger, Wittgenstein e Arthur Schopenhauer.

Agradeço a todos que fizeram comigo essa jornada de uma vida, por tudo que pude aprender em nosso convívio.

Meus planos são apenas para o futuro imediato: concluir meu curso e me engajar em uma pós na mesma área. Não sei se um dia volto à propaganda ou se vou me dedicar à academia. Aos que quiserem saber, informo que McCabe voltou à propaganda apenas quatro anos depois.

Obrigado a todos.

Diário do Coronga – Dia 79

A pandemia cresce no Brasil, como capim em gleba abandonada. Fui outro dia no supermercado e fiquei observando aquela gente toda de máscara....